O perigo dos suplementos alimentares

Outro exemplo é a interação entre suplementos de cálcio e medicamentos para o coração, como betabloqueadores e diuréticos, que podem causar alterações nos níveis de cálcio sanguíneo e afetar a função cardíaca. O ideal é interromper a utilização após um tempo pré-determinado, para que seu corpo não se adapte totalmente ao suplemento. “Alguns suplementos indicados como Melhores Creatinas estimuladores e termogênicos causam dependência, por isso, seu uso é suspenso após um tempo”, explica o nutricionista Ricardo Zanuto. Para pessoas que já tratam um câncer, por exemplo, o conselho é ainda mais vital. Assim, estudos descrevem que o excesso de certos nutrientes pode atrapalhar a ação de quimioterápicos e até mesmo potencializar seus efeitos colaterais.

Iomara Isidorio Cavalcante, nutricionista do Hospital Albert Sabin, fala sobre os suplementos alimentares e dá dicas importantes sobre sua utilização. Em pesquisa do Instituto QualiBest, dos suplementos mais consumidos, 60% eram desse nutriente. Balela, de acordo com uma revisão de 29 estudos liderada pelo Instituto Cochrane. “Mas quantidades suficientes podem ser obtidas por meio da alimentação”, assegura Carla, da UFG.

Como, por exemplo, em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, que apresentam mais dificuldade em absorver os nutrientes – exemplifica Francisco Tostes. Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida. Uma recente revisão de artigos clínicos descobriu que a evidência de que as cápsulas de óleo de peixe protegem o coração é pouco consistente. Uma injeção de vitamina K também costuma ser aplicada em bebês nas primeiras 24 horas de vida, para evitar uma doença sanguínea rara, porém grave. A falta de vitamina D, que obtemos principalmente a partir do sol, pode levar a deformações ósseas, como o raquitismo, em crianças.

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No Brasil, não existe um selo diretamente estampado nas embalagens, mas o órgão controlador é a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Muitos profissionais omitem dos pacientes que não há respaldo científico para a indicação desses produtos e que eles podem causar lesões em órgãos como rins e fígado. “Esses produtos não precisam seguir a mesma legislação que a aplicada aos medicamentos, portanto, a lei que os regulamenta não exige que eles sejam submetidos a estudos de fase 3, que atestam a eficácia e a segurança dos remédios vendidos em farmácias”, explica o dr. Paraná. O uso de suplementos alimentares pode causar efeitos colaterais e reações adversas em algumas pessoas, especialmente quando consumidos em quantidades elevadas ou de forma inadequada. Esses efeitos variam de acordo com o tipo de suplemento e a susceptibilidade individual.

“Muitas pessoas tomam medicamentos e acham que se associarem uma erva natural ao tratamento medicamentoso não terão problemas. Só que muitas ervas interagem com medicamentos, reduzindo seu efeito ou sobrecarregando o fígado”, explica o médico. A busca pelo corpo perfeito e saudável estimulou um mercado altamente lucrativo. Se você está considerando utilizar suplementos alimentares e deseja obter orientação e acompanhamento profissional, utilize a telemedicina.

Quais são os benefícios e riscos em se consumir os suplementos alimentares?

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A melhor forma de obter os nutrientes de que precisamos é por meio de uma alimentação natural. Quem come alimentos saudáveis e tem uma alimentação balanceada dificilmente precisará de suplementação. Caso precise de orientação para se alimentar de forma adequada, a pessoa deve procurar um nutricionista qualificado, que privilegie alimentos naturais como fonte de nutrientes. Ao utilizar suplementos alimentares, siga sempre as recomendações de dosagem fornecidas pelo fabricante ou pelo profissional de saúde que o orientou. Evite exceder a dose recomendada, pois isso pode aumentar o risco de efeitos colaterais e toxicidade.

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Por isso, é importante buscar orientação de um nutricionista para adequar sua dieta às suas necessidades específicas. Antes de adquirir um suplemento alimentar, é importante analisar a composição nutricional do produto. Verifique a quantidade de cada nutriente presente na formulação e compare com as necessidades individuais. Além disso, é importante evitar suplementos com adição de açúcar e outros ingredientes desnecessários.

Suplementos alimentares são produtos que possuem nutrientes em sua composição, como vitaminas, minerais, aminoácidos e proteínas, entre outros. Eles são utilizados para complementar a alimentação e, muitas vezes, para suprir deficiências nutricionais. No entanto, o uso indiscriminado pode trazer tanto benefícios quanto riscos para a saúde. Indicados para auxiliar na perda de peso e no aumento de massa magra, os suplementos são fontes de carboidratos, proteínas, gordura, vitaminas, minerais e cafeína.

“Isso vai ajudar na organização do setor, facilitar a comunicação sobre as propriedades dos produtos e trazer mais segurança aos consumidores”, relata a engenheira de alimentos Tatiana Pires, presidente da Abiad. Lá atrás, houve um momento em que se sonhava que a alimentação do século 21 seria composta 100% de cápsulas – elas supririam todas as nossas necessidades nutritivas, do café da manhã ao jantar. Isso não ocorreu e, dado o nosso gosto por comer, é pouco provável que vire realidade. Farmácias e lojas de produtos naturais reservam corredores para suplementos com nutrientes isolados ou misturados (multivitamínicos, por exemplo). Vale ressaltar que a indicação de suplementos alimentares deve ser feita de forma individualizada, levando em consideração as necessidades e objetivos de cada pessoa.

Para determinados grupos, como grávidas e pessoas com câncer, doenças autoimunes e osteoporose, que tirariam vantagem extra do nutriente, não faz mal chegar até 30 ng/ml. Contudo, doses acima de 100 ng/ml já são consideradas imprudentes pelo risco de toxicidade. O ferro e o cálcio, para focarmos em um caso prático, competem pelo mesmo local de absorção no intestino.

A tarefa primordial da substância, obtida sobretudo através da exposição solar, é auxiliar na absorção do cálcio, fortalecendo os ossos – mas estudos têm desvendado outros ganhos. Fato é que, para ela exercer suas funções, a concentração no sangue não pode estar abaixo de 20 nanogramas por mililitro (ng/ml) no sangue. E novos estudos mostram virtudes em outras áreas, como doenças neurológicas e psiquiátricas. “Mas isso não caminha em paralelo com um aumento no consumo de pescados”, analisa a nutricionista Nágila Damasceno, pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP). Até porque, segundo Carla, da UFG, a suplementação pode mascarar o que realmente está levando à fadiga – estresse, sedentarismo e má qualidade do sono estão entre os suspeitos. E, se a alimentação anda uma bagunça, não são as cápsulas que reverterão os estragos.