A figura de um capelão em unidades de saúde é antiga e garantida pela Constituição, mas de forma voluntária, geralmente com cunho religioso, e quando solicitada pelo paciente. Já a presença dessa figura ecumênica junto à equipe interdisciplinar do hospital, semelhante ao que já acontece nos Estados Unidos e na Inglaterra, é mais recente por aqui, explica o diretor da Associação de Capelania do Brasil (ACB), Kennedy Passos. Para seguirmos assim, foi criado o Dia da Liberdade de Cultos, comemorado no dia 7 de janeiro.
O oncologista Felipe Moraes espera ter o mesmo resultado positivo na BP (Beneficência Portuguesa), a poucos metros do Hospital Paulistano. Há três meses um grupo de 15 profissionais da saúde, entre médicos, intensivistas e paliativistas tem se encontrado ali para debater o assunto, e espera-se ter um capelão ecumênico na unidade até o primeiro semestre de 2018. Ele se debruçou recentemente sobre várias pesquisas relativas ao tema, feitas a partir de 2001, e concluiu que 85% dos pacientes avaliados nesses estudos apresentaram melhora após a inserção da espiritualidade em seus tratamentos. “São pessoas muito bem preparadas que estão disponíveis para os hospitais de modo geral. Nós estamos vivendo, desde o início, tensões que vão desde a descrença até o momento com ideias pessimistas. É uma tentativa de acolher e prevenir, inclusive, depressões e momentos críticos.
A fé como grande ferramenta para libertar e transformar vidas, assegurada pelo direito da liberdade de culto
No Rio de Janeiro, o Instituto do Câncer (Inca) trabalha com esse modelo há cerca de dez anos, e o capelão Bruno Oliveira diz não se lembrar da última vez que um paciente tenha recusado atendimento. — A espiritualidade perpassa a questão religiosa, ela deve ser uma preocupação da instituição, mesmo laica — atesta Moraes. Mesmo inconsciente, minha mãe responde na presença dele — atesta ele, que é espírita. Com a mãe inconsciente há cinco semanas após um acidente vascular cerebral isquêmico, o microempresário Gian Zelada, de 51 anos, diz enxergar melhora em seu quadro após o atendimento do capelão.
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De 2014 a 2016, apenas seis dos 1.123 pacientes inseridos no programa de cuidados paliativos do Hospital Paulistano declinaram de sua presença. Ex-ateu, ex-católico, ex-espírita e ex-pastor evangélico, Pedroso viveu uma “experiência de quase morte” após um acidente automobilístico, e por isso decidiu que trabalharia a parte espiritual de enfermos, “sem intenção de converter ninguém”. Para pacientes e familiares, haverá 15 horários disponíveis também de segunda a domingo.
Assim, o Atendimento Espiritual visa dar atenção às pessoas que chegam à Casa Espírita, acolhendo-as e orientando-as de acordo com os princípios Doutrinários e Evangélicos. O Apoio Espiritual é realizado por telefone ou presencial, no leito do paciente. Nossos voluntários são capacitados para acolher e trazer mensagens de fé, com apoio espiritual para os pacientes que estão internados. — Uma situação de doença como o câncer desparafusa a família, e o capelão te coloca no centro de novo — resume a aposentada Helenice de Aguiar, de 63 anos, que perdeu a mãe em novembro último, vítima de câncer de mama. — Parte dos médicos e pacientes oferece ainda resistência, mas percebemos uma mudança de paradigmas — avalia Aníbal Gil Lopes, da Comissão de Novos Procedimentos em Medicina do CFM.
Eu penso que as pessoas não estão bem, do ponto de vista psicológico, às vezes, não estão nem bem para procurar uma ajuda fora e a gente vai dispor desses horários para um apoio emergencial”, explica. “São pessoas muito bem preparadas que estão disponíveis para os hospitais. Estamos vivendo, desde o início, tensões que vão desde a descrença até o momento com ideias pessimistas. É uma tentativa de acolher e prevenir, como fazer amarração amorosa inclusive depressões e momentos críticos. Nesse trabalho, o apoio espiritual é oferecido, independentemente do credo — ou mesmo quando não há crença alguma —, e o capelão vai acompanhando a evolução do paciente com os demais médicos, ajudando na relação entre os profissionais e familiares. A batina ou qualquer outro elemento religioso ficam de fora, justamente para que não haja confusão com o proselitismo.
HC cria site para apoio espiritual
O interessado entra no site do Apoio Espiritual e escolhe um dos 17 horários disponíveis de segunda a domingo. Nove voluntários (três católicos, três evangélicos e três espíritas) estão à disposição para oferecer o apoio e o acolhimento necessário para o momento. Orientação de caráter moral e consolador, levando aos ouvintes a palavra do Mestre, explicando-lhes os conceitos através das orientações dos espíritos, contidas nos livros básicos da Codificação Espírita. São funcionários que estão estafados e que poderão ter momentos de reconforto.
SAAD, M.; DE MEDEIROS, R. Alinhamento entre crenças religiosas do paciente e tratamento hospitalar. Até mesmo estudos científicos já comprovam o valor da fé na vida de uma pessoa. Segundo faculdades de medicinas americanas, devotos vivem mais, são mais felizes que a média da população e, após o diagnóstico de uma doença, apresentam níveis menores de estresse e menos inflamações. Então, ter direito a professar a fé é algo que deve ser comemorado em nosso país.
A implantação do Atendimento Espiritual é importante para que possamos aprimorar o relacionamento na Casa Espírita, estimulando a existência de um ambiente mais fraterno, através da prática do amor ao próximo. Atendimento individual estruturado para auxiliar aos irmãos que buscam ou freqüentam a Casa Espírita. Uma das tarefas mais difícil no nosso desafio diário seja a de confiar naquilo que não vemos, mas naquilo que sentimos. Confiar em algo não palpável, embora perceptível é uma tarefa que exige um certo desprendimento. Consiste na transmissão de fluidos salutares, através de médiuns, as quais contribuem para o restabelecimento do equilíbrio mental e físico, trabalhando no âmbito do corpo perispiritual.